sábado, 19 de abril de 2014

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS - NORTE DO PARANÁ - CARRINHO DE RODA DE PAU - CORRIDA

FARINA NA FÓRMULA UM DE ROLÂNDIA

No final dos anos 60 e começo dos anos 70 tivemos aqui em Rolândia o auge do Kart na região. Além da pista do Kartódromo tivemos também algumas corridas nas ruas. O traçado de rua passava pela Av. Presidente Bernardes, Av. Castro Alves e travessas. A cidade inteira vinha ver o Peter Raab, o Johnny Lehmann, o Caliento e alguns pilotos de Londrina. Eu, os meus irmãos, primos e amigos como não tínhamos dinheiro para comprar Kart que na época era um sonho de consumo impossível para a nosso classe social, fazíamos de madeira mesmo, conforme desenho anexo. E falo para vocês que as emoções eram muito mais emocionantes.  A molecada cada dia aparecia com uma novidade. No começo o carrinho era feito apenas com uma taboa de comprido e as rodas pregadas em caibros. Para virar usávamos os pés no eixo da frente. Mas sempre tem os engenheiros que aperfeiçoam tudo... Foi assim desde o começo da humanidade... O meu irmão Paulo (não é a toa que se formou em engenharia) logo inventou um volante com um pedaço de caibro e uma roda pregada em cima... para virar o processo era feito com correntes presas no  caibro e nas extremidades do eixo da frente conforme desenho. Para correr mais o Paulo ainda adaptou rolemãs dentro das rodas... foram semanas de experimentos até dar certo. Eu como sou mais folgado inventei o encosto para as costas... no outro dia todo mundo copiou. Usávamos tampinhas de pasta de dente para imitar os faróis e controles, até o meu saudoso pai descobrir porque sumia tantas tampas em casa... Foram muitos meses de experiencias... no começo descobrimos que as rodas feitas de taboas de perobas quebravam sempre no meio sempre que dávamos "cavalos de pau"... por que? por que?  aí aparece o engenheiro Paulo Farina de novo... pensou.. examinou... e depois de horas disse: - temos que usar outras madeiras que não tenha estes pequenos trincos... tive uma ideia: - vamos falar com o pai do Martini que tem uma fábrica de carroças... - quem tem coragem de ir lá pedir? o homem tinha fama de ser bravo.... mas a necessidade era muita.. eu fui.... fiz até uma oração... depois que pedi, o homem ( era forte como um gigante) coçou a barba... olhou de lado. .. pensou em me mandar para aquele lugar, mas chacoalhando a cabeça foi até o canto do fábrica e foi separando uns pedaços bem na medida que precisávamos... eu acho que a madeira era imbuia ou canafístula... só sei que ele falou com sotaque de alemão: - esta aqui é a mais durra que tenho.. perguntei: - quanto é  que lhe devo? ele coçando a barba de novo e sabendo que não tinha uma moedinha sequer responde: - não é nada não... chegando em casa fui saudado como herói pelos meus irmãos e primos... pensei comigo: - agora quero ver quem me vence.... depois de prontos os carrinhos fomos para os treinos. Juntávamos inicialmente uns seis carrinhos ali na saída para a represa, da rua Vladimir Gatti até o rio... um dia resolvemos virar para o lado da chácara do Seu Angelin Sartori... pra que? um dos filhos dele era bravo e deu um carreirão em nós dizendo que estávamos assustando as vacas e que elas não estavam mais dando leite... ele veio com uma vara na mão.. o duro foi subir a ladeira carregando o carrinho nas costas... estes brinquedos ficaram tão famosos que teve um certo dia que marcamos o grande prêmio de Rolândia de Fórmula 1 de rodas de pau.. compareceram além de mim... o Paulo Farina, Marcos Farina, Pedro Farina, João Carlos Farina, Luiz Martinez, Jair Qualio, Mauro Rodrigues, José Carlos Andrade, Ademir Andrade, o Amendoim, Pelé, Toninho Lovato, Edson Paraná, Toninho Mazieire e também o pessoal do Paulinho Vieira e Estevinho Hizo. Todos os carrinhos enfileirados foi dado a ordem de largada por um "sapo" que estava ali assistindo...  cara!.. pena que não tinha filmadora e o Blog do Farina... alguém tinha que filmar aquilo... a descida era "braba" e os "possantes" foram desenvolvendo velocidade... muita poeira ( não havia asfalto)... chegando ali onde temos hoje o Big-Frango as "máquinas" já estavam a 40 km/p/hora... ao chegarmos onde hoje é o bosque dona Martinha já estávamos a 80 km/p/hora aproximadamente...(verdade)...  neste trecho a maioria já tinha desistido e jogado o carro no barranco para parar ( muitos freios pegaram fogo de tanta fricção)... alguns traziam uma garrafinha de água para esfriar o "ABS" ( Aperta bem que Segura)... muito perderam os sapatos ou botinas tentando parar usando os pés.... alguns quebraram... outros se esfolaram...  outros perderam as rodas... de repente aparece um cachorro na minha frente... como não tinha buzina gesticulei com uma mão e gritei: - passa!.. passa!.. quando ia rebentar o bichinho ele deu um pulo para cima e correu para o lado e ficou olhando e latindo para mim... ufa!... pensei que fosse dar "pit stop"... Nos últimos 100 metros ficaram na prova eu.. o João Farina e o Toninho...  para não dizer que menti muito,  vou falar que empatei com o Toninho o o João Farina chegou em 2º... e sabem como paramos? sim... dentro da represa do Ingazinho... Mas foi bom... estávamos marronzinhos de terra... iriamos precisar de qualquer jeito de um banho... duro mesmo foi mergulhar na represa para retirar as "máquinas quentes" do fundo do lago... o meu primo, João Farina, saiu da aventura com lucro... quando mergulhou para retirar o seu carrinho encontrou um outro lá abandonado...  JOSÉ CARLOS FARINA
OBS.: LEIA MAIS CRÔNICAS By JOSÉ CARLOS FARINA NO SITE RECANTO DAS LETRAS. LINK: http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=94344

terça-feira, 15 de abril de 2014

ROLÂNDIA - PROMOTORIA INVESTIGA HORAS EXTRAS IRREGULARES

ROLÂNDIA

Sindicância apura denúncia no pagamento de horas extras em Rolândia

Há suspeita de que em 2012 os funcionários tenham recebido indevidamente para atuar na campanha de reeleição do prefeito Johnny Lehmann (PTB)
14/04/2014 | 18:27 | GAZETA DO POVO - 

Termina no próximo dia 17 o prazo para que a prefeitura de Rolândia conclua a sindicância que apura supostas irregularidades no pagamento de horas extras a funcionários da Saúde. Os pagamentos teriam ocorrido entre 2011 e 2012 e envolvido 11 servidores. Eles não teriam prestado atendimento à população, apenas serviços administrativos, o que não justificaria os vencimentos adicionais. Há suspeita de que em 2012 os funcionários tenham recebido indevidamente para atuar na campanha de reeleição do prefeito Johnny Lehmann (PTB). Parte dos servidores aparece em fotos tiradas em eventos eleitorais promovidos nos mesmos dias e horários das supostas horas extras.
O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público em Rolândia. São dois inquéritos em andamento – uma na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e outro na Defesa da Saúde Pública. Segundo a promotora Lucimara Ferro, a apuração teve início após denúncia de uma moradora junto ao MP, em julho passado. O órgão emitiu recomendação ao Município para que os pagamentos por horas extras fossem cessados e o cumprimento da determinação agora é acompanhado pela Promotoria. A própria sindicância instalada pela Prefeitura, reforça a promotora, busca o ressarcimento dos cofres públicos com os valores pagos indevidamente.
Comissão processante
Alvo de análise de uma Comissão Especial de Inquérito criada ainda em 2013, a situação resultou neste ano em pedido de instalação de Comissão Processante contra o prefeito. A solicitação, encabeçada pela professora Vera Nogaroto, considera que houve improbidade na destinação de R$ 70 mil para os servidores abrangidos. A CP, se aprovada, poderia levar à cassação do mandato de Lehmann.
Segundo a presidente da Casa, vereadora Sabine Giesen (PMDB), os vereadores membros da Comissão Especial da Saúde passaram cerca de três meses levantando informações sobre possíveis irregularidades nos pagamentos. “Todas as provas colhidas foram passada para o Ministério Público”, relata.

Apesar disso, quando o pedido de CP foi levado para votação, no último dia 31, a Câmara o arquivou. Foram cinco votos a favor da CP, quatro contra e uma abstenção. “Entendemos que para ser aprovada, a comissão precisaria de maioria qualificada, o mesmo que dois terços dos presentes. Seriam sete votos”, diz a procuradora da Câmara, Iris Soraia Inez.

Parecer desfavorável
Soraia comenta que a Procuradoria também emitiu parecer contrário à CP porque, juridicamente, a situação deve ser objeto de averiguação do MP e não do Legislativo. “Já temos a investigação no Ministério Público e uma sindicância na Prefeitura. por isso, a Comissão Processante seria um ‘retrabalho”, define.
A reportagem tentou repercutir o assunto com prefeito Johnny Lehmann, mas, segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Rolândia, ele estava em Curitiba e não poderia ser contatado.